A fábrica de cimento, sita em La Robla, foi construída pela Hullera Vasco Leonesa nos inícios da década de sessenta e adquirida, mediante a compra da “Sociedad Cementos La Robla S.A.”, pela SOCIEDAD ANONIMA TUDELA VEGUIN, actualmente designada Cementos Tudela Veguín S.A., em finais dessa mesma década. O processo de fabrico de clinquer por via húmida e a limitação de produção dos seus dois fornos, tornavam a fábrica uma instalação condenada a sobreviver precariamente em função dos custos energéticos praticamente inacessíveis.
Em 2002, teve início o projecto de uma nova fábrica, com um único forno por via seca, com 1.000.000 t de capacidade anual de produção de clínquer, que integrava os últimos avanços em matéria de ambiente e energia, e que, inaugurada em Novembro de 2004, é actualmente uma das instalações mais modernas da Europa.
O processo começa na pedreira, com reservas comprovadas para mais de 40 anos, cujas instalações, com capacidade de produção de 1.300 t/h, estão situadas no poço da exploração para minimizar o impacto ambiental. A matéria-prima é transportada da pedreira até à fábrica através de uma correia transportadora, de 4.100 metros de comprimento sem transferências, dotada de carenagem em todo o seu comprimento. No último troço do percurso, a correia passa sob a localidade de La Robla, do rio Bernesga, da estrada N630 e da via férrea, ao longo de um túnel de 1.500 metros de comprimento para levar o material a um depósito de pré-homogeneização com uma área de 30.000 m2, onde também é armazenado o combustível fóssil utilizado no processo.
A matéria-prima é controlada através de analisador contínuo de neutrões/nêutrons CNA 7
Um moinho quadropol com motor de 2200 Kw., e com capacidade de produção de 260 t/h, transfere o material de alimentação do forno, após homogeneizado, para um silo de 110 metros de altura e 16.000 toneladas de capacidade.
A matéria-prima moída ou “farina”, assim chamada na gíria cimenteira, é doseada com grande precisão e introduzida pelo topo da torre de ciclones Dopol, de cinco etapas e 100m de altura, dotada de um pré-calcinador de 100m e de uma câmara de combustão. Este design permite queimar qualquer tipo de combustível com níveis de emissões muito abaixo dos exigidos pela Autorização Ambiental.
45% do consumo de combustível é realizado no queimador principal, e o restante 55 % na câmara de combustão situada ao nível da 2 ª etapa de ciclones do permutador de calor Dopol, sistema que permite minimizar a geração de NOx. Nesta câmara, devido às suas condições de atmosfera oxidante, ambiente alcalino e temperatura, é um dos pontos de introdução dos combustíveis alternativos no forno, com tamanhos inferiores a 200 mm.
O forno, Polysius, com 60m de comprimento, dois suportes e 4,20m de diâmetro, constitui o núcleo do processo de fabrico de clínquer, com uma capacidade de produção superior a 3.000 t/dia. Os combustíveis utilizados são coque de petróleo, como combustível base, e fuelóleo ou gás para ignições e aquecimentos. Além disso, dadas as suas excepcionais propriedades no que diz respeito ao seu comportamento ambiental, é capaz de valorizar qualquer tipo de combustíveis alternativos no seu queimador principal.
O clínquer que sai do forno é arrefecido em um Polytrac de 3 grelhas, uma estática e duas móveis, entre as quais há um triturador de 4 rolos e 7 ventiladores para arrefecer o material, que é transportado até 2 silos de 50.000 toneladas de capacidade cada um deles, por meio de um transportador de alcatruzes.
A capacidade de produção de cimento é de 1.200.000 t/ano. A fábrica dispõe de três moinhos de cimento Fives Lille, de 35t/h de capacidade cada um deles, dotados de circuito fechado de moagem e separadores dinâmicos de última geração.
Os cimentos fabricados são armazenados em oito silos, a partir dos quais o cimento a granel é distribuído por transporte rodoviário ou ferroviário; podendo também ser ensacado, paletizado e plastificado em outra instalação especialmente concebida para tal fim, e com uma capacidade de 70 t/h . .
A fábrica possui as Melhores Práticas Disponíveis (MTD) no sector cimenteiro, estando completamente automatizada com sistema POLCID para análise das diversas fases do processo, e centralizada em uma sala a partir da qual é controlado todo o processo de fabrico, da extracção na pedreira até à distribuição do cimento a granel.
Garantir a qualidade do clínquer, dos cimentos produzidos e dos processos de fabrico sempre foi uma meta prioritária a atingir. Por isso, a fábrica conta há muitos anos com um sistema de controlo da qualidade. Antigamente era um sistema interno, desde 1988 é a Certificação AENOR de Produto marca N, agora conforme normas UNE-EN 197-1:2011 e UNE-EN 196-10:2008. Adicionalmente, em 2001, foi implementado um rigoroso sistema de controlo externo de Gestão da Qualidade, que zela pela eficiência do processo produtivo: a certificação de Empresa Registada pela AENOR, segundo norma ISO 9011: 2001.
Além disso, cientes de que o processo de fabrico dos nossos produtos comporta um impacto ambiental inevitável, e com o objectivo de minimizá-lo, em 2007 foi implementado com sucesso um sistema de Gestão Ambiental conforme a norma UNE-EN ISO 14001:2004 que integra a protecção do ambiente com o normal funcionamento da fábrica.
Em 2008, a fábrica de La Robla obteve a AAI, (Autorização Ambiental Integrada) que, entre outras coisas, autoriza pela primeira vez a utilização de combustíveis alternativos. Actividade técnica e ambientalmente comprovada pela experiência de mais de quatro décadas nos países da Europa mais desenvolvidos em protecção ambiental. Em agosto de 2009, entrou em serviço a instalação de valorização de combustíveis alternativos na câmara de combustão. Em maio de 2011, foi complementada com a instalação de alternativos pelo queimador principal, projecto subvencionado pelo Ministério da Indústria para a Promoção da Competitividade em 2011.
Neste curto período de tempo, e graças às modernas instalações existentes, foi possível atingir percentagens de substituição térmica de 42% em 2011, superiores até à média Europeia de 2009, que foi de 28,1% (último ano de que há dados disponíveis).
Tudo isso, com o máximo respeito pelo ambiente. Os inúmeros controlos realizados pelas Entidades Colaboradoras com a Administração revelam que nunca atingimos os valores-limite autorizados de emissões estabelecidos pela AAI., sendo a média dos nossos valores inferior a 20% dos limites máximos autorizados. Isto corrobora a vasta experiência existente nos fornos de clínquer europeus que têm desenvido esta actividade ao longo das últimas décadas.